Quero convidá-los a refletir sobre a Doença Falciforme. Talvez muitos de vocês sequer tenham conhecimento de qual seja essa Doença, porque a difusão das informações entre os profissionais da saúde e os doentes espalhados por todo o país ainda é precária.
A Doença Falciforme é uma questão de saúde pública. Segundo dados do Ministério da Saúde, no Espírito Santo de 1800 nascidos 01 possui a doença e de 28 nascidos 01 possui o traço.
A Doença Falciforme caracteriza-se pela modificação das hemácias (glóbulos vermelhos) que, em determinadas situações, assumem a forma de "meia lua" ou "foice", daí o nome falciforme. É uma das doenças hereditárias mais comuns no Brasil. É causada por uma modificação (mutação) no gene (DNA) que, em vez de produzir a hemoglobina "A" (gene que transporta o oxigênio pelo corpo), produz uma hemoglobina chamada "S" (gene defeituoso). Se uma pessoa recebe um gene "S" do pai e outro gene "S" da mãe, que produzem a hemoglobina "S", ela possui um padrão genético ("SS"), causador da anemia falciforme. Existem aquelas que só possuem o traço da doença, ou seja, se uma pessoa receber de um dos pais o gene para a hemoglobina "S" e do outro o gene para a hemoglobina "A", ela não terá a doença, e sim o traço falciforme ("AS").
Essa doença surgiu no Brasil a partir do século XVII, através do tráfico negreiro, principalmente dos negros vindos de países como Senegal, Benin e Bantu, além da Nigéria e Ghana. Porém, com a miscigenação das raças, a doença se propagou e afeta hoje grande parte da população brasileira, independente de grupo racial.
A Doença Falciforme afeta todo o corpo e apresenta, entre outros, os seguintes sintomas: crises dolorosas; síndrome pulmonar aguda; AVC isquêmico; priapismo; úlceras de perna; aborto espontâneo; osteonecrose; e insuficiência renal.
O diagnóstico da Doença pode ser feito por meio do "Teste do Pezinho", na primeira semana de vida, nos postos de saúde. Crianças maiores, jovens e adultos que não fizeram o "Teste do Pezinho" podem realizar o exame de sangue (chamado de eletroforese de hemoglobina) para o diagnóstico da Doença ou detecção do traço falciforme.
Recentemente foram realizadas Audiências Públicas, em parceira com a Associação dos Falcêmicos do Espírito Santo, nas Câmaras Municipais da Serra, de Vitória e na Assembléia Legislativa para debater o tema e cobrar a imediata implantação das ações de atendimento básico, de média e de alta complexidade por parte das três instâncias de governo, quais sejam: secretarias municipais, secretaria estadual e ministério da saúde, pois tudo já é lei no Sistema Único de Saúde (SUS).
Juarez Vieira (PSB)
Data de Publicação: sexta-feira, 30 de outubro de 2009
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